Há muito tempo sabe-se que para ter uma gravidez é necessário que o embrião, até então um corpo estranho ao útero, seja reconhecido imunologicamente pelo organismo materno, evitando assim ser atacado pelas defesas do corpo. O sistema imunológico está sempre de prontidão para atacar e destruir tudo o que não faz parte de nosso organismo, seja uma bactéria, seja uma célula tumoral, etc. Normalmente o embrião é um caso à parte, e a gravidez é um milagre no contexto imunológico. Mesmo sendo um corpo estranho ao sistema imunológico da mulher (metade da carga genética é do pai...), as células do embrião são acolhidas e alimentadas, e para que isso aconteça, é necessário que o sistema imunológico materno reconheça o hóspede.
Porém pequenas alterações no sistema imunológico podem resultar em fracasso da gestação. Estudos demonstram que 84% das pacientes com duas ou mais falhas de implantação em processos de fertilização in vitro – FIV – e 98% daquelas com abortamento de repetição apresentaram algum problema do tipo.
A boa notícia é que a infertilidade de causa imunológica já pode ser tratada e casais que queiram ter um filho podem obter uma avaliação e tratamento corretos. A abordagem consiste em investigar as principais causas, através de exames específicos da área.
Além das causas imunológicas, indicamos quando existe a necessidade de investigação de causas genéticas, infecciosas, anatômicas e hormonais, que também podem contribuir para a falha de implantação ou perda da gravidez.