O dia a dia do consultório de Alergia é repleto de histórias no
mínimo curiosas, mas o que vou dizer que o especialista em Alergia deve
ser no mínimo um investigador ousado, deve ir muito além da simples
curiosidade. João de 36 anos já tinha história de episódios de urticaria há
vários anos, as lesões na pele que coçam melhoravam com antialérgicos
comuns (aqueles vendidos no balcão da farmácia). Ele relata que no
ultimo mês o quadro se tornou diário e muitas vezes acompanhados de
Angioedema (inchaço) nos lábios e que não melhoravam com os
antialérgicos habituais, refere ainda que deu entrada no pronto socorro
a noite sendo medicado com antialérgicos injetáveis e obtendo melhora
temporária dos sintomas. O quadro de urticaria tornou-se persistente e
também preocupante, João deixou de comer vários alimentos derivados
de leite e ovo “pode ser o leite, pode ser ovo cuidado, disseram os
amigos e vizinhos” mas de nada adiantou. Procurou o consultório muito
bem documentado com múltiplos exames e receitas. Durante a consulta,
disse que não notou nenhuma relação com alimentos, produtos ou
medicamentos. Após uma anamnese detalhada e exames específicos
chegamos ao diagnostico de alergia ao componente do trigo: o glúten.
Não entendo! Eu como pão e não acontecia as alergias! A resposta é que
existem fatores associados que são “gatilhos” para o desenvolvimento
de sinais e sintomas da Alergia, e os principais eventos são: a ingestão de
bebida alcóolica, a atividade física, stress ou uso de medicação
antiinflamatória. Não existem vacinas.
Para Alergia ao glúten, a pessoa deve evitar a ingestão dos
alimentos que contem a proteína e fazer acompanhamento
especializado.
Ok. Esse e o recado.
Lembrar que saúde e qualidade de vida.